quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Acervo

Tua presença tem
alguma coisa de
vastidão e deserto:

lumes de promessas
não cumpridas, e as
rotas de teu corpo não
revelam qualquer oásis.

A sede é imensa
e começa em ti:
tuas mãos ansiosas
tua pele que se
acostumou a lapsos
de que nem sabes
sob o peso de tuas
máscaras.

Mas tua presença tem
algo sublime: uma
garça solitária, o
silêncio dos cânions,
o trepidar de um fogo
incompreendido.

Mesmo quando dissimulas,
teu acervo persiste
e o percebo.

Ana Lúcia Franco, 2011

Um comentário:

Bípede Falante disse...

guardo grande acervo por aqui também.
inteligente, criativo e belo poema.

beijo :)