segunda-feira, 11 de março de 2013

Dona Neném e a pseudo poesia feminina

O que dona Neném quer,
o dia todo:

tec, tec, tec, tec

abduzida pelo
computador

enquanto netinhos encatarrados
brincam de forte apache no
centro da sala

a louça avulta na pia
a poeira indelével
abraça a mobília

dona Neném, sem nenhuma
humildade:

tec, tec, tec, tec

quer porque quer
ser poeta.

Ana Lúcia Franco, 2013