terça-feira, 7 de maio de 2013

A flor de metal

a bailarina saltou da caixa de música
                  não bailava, tremia

autopiedade: sombria dança
               sem melodia

saltou a bailaria e sua côrte
                     de metal
o movimento: coreografia
                 em bemol

a medida em que dançavam
a si pisavam
a si feriam – a bailarina e sua
               côrte de metal

a medida em que teciam
o labirinto de fel
    ali se perdiam

a bailarina manca e
            sua côrte
              de metal.

Ana Lúcia Franco, 2012

Um comentário:

António Eduardo Lico disse...

Bela poesia. Sente-se a música.