terça-feira, 7 de maio de 2013

A flor solitária

Não se entregue a qualquer um -
baby - o ar da madrugada
intumesce cantos de sereia

não participe de conchavos, lobos
(em peles de cordeiros) não são
                  amigos de ninguém

a solidão pode não ser tão óbvia -
erva daninha - recria-se pelos
desvãos, pelos inversos

frestas
o silêncio depois do
              dele(i)te

emerge quando o botão
do power
          é premido.

..........

não se iluda – baby - viver é tão vasto
e a solidão talvez nem exista..


Ana Lúcia Franco, 2012

3 comentários:

Luiz Filho de Oliveira disse...

Cabe bem numa música esse poema, Marli. Ele tem um tom blusístico, realçado por esse "baby", que dá pra tirar umas notas sim. É bom que ele encontre um compositor a fim dum poema prum som assim.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Desconsidere o comentário anterior, pois confundi vc com a Marli Franco. Foi mal e chamei-a de Marli. Desculpe-me.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Esse poema tá com cara de blues, Ana, ainda mais quando vc usa esse "baby". Bela composição. Espero que encontre um compositor à altura desse texto.