domingo, 13 de janeiro de 2013

Um ano regido por saturno


                              A imagem veio  daqui                             

Acredito em astrologia. Não tanto em astrólogos. Considero plausível a influência  de corpos celestes sobre corpos terrestres. Em que grau tal influência ocorre, não sei. Se ser de peixes é tudo o que a astrologia diz, pode ser duvidável. Sou de peixes e tenho algumas características dos piscianos, o que não significa que a astrologia é irrestrita. Não  é porque se é astrólogo, ou se conhece astrologia, que se tem um mapa da alma alheia, que pode ser menos óbvia e simplista do que querem os que se prestam a dominar ou manipular outras pessoas. 

Segundo a astrologia, este ano é regido pelo planeta saturno que, na idade média, juntamente com marte, era conhecido como o grande “maléfico”.  A moderna astrologia diz haver se livrado de conotações negativas relativas a planetas e signos. Tomara. Livrar-se de preconceitos arraigados, que passam de geração para geração, não é fácil. Saturno é relacionado ao carma, ao que nos limita. Dificuldades que muitas vezes fazem com que não se avance para um estar no mundo com mais amor e menos preconceito. O carma nos fez entrar em determinada roda de tempo e  experimentar dificuldades. Há uma falha qualquer que nos fez ingressar. E saturno, segundo a astrologia, pode indicar o que é. Considero tudo isso muito poético. Um destino desenhado por tendências astrais. 

Às vésperas do ano regido por saturno, mais um anúncio, pelos conspiradores de plantão, de um pretenso fim do mundo.  E, mais uma vez, a humanidade deu bandeira de seus medos não tão infudados. É que nos deixaram um livro do apocalipse cujo nefasto conteúdo de vez em quando ecoa, patéticamente. Temos um pouco de “síndrome de apocalipse”. Eu não tenho medo de morrer, tenho medo sim do apocalipse. Vai saber até que ponto isso é real, um apocalipse coletivo. Digo sempre que quero sair desta roda de fininho, de mansinho, sem muito alarde. Nada muito apocalíptico. Nada muito barulhento. Desastre de avião, nem pensar. Muito escandaloso. E viajei de avião no dia previsto para o patético apocalipse. Não que eu tenha medo de andar de avião, mas logo no dia 21 de dezembro. Poderia ter sido evitado.   

Foi um voo em que o avião balançou mais do que o normal. Nesse contexto, a tripulação nos avisa que o avião poderá pousar de emergência devido a uma ameaça de pane no motor. Isso é coisa que se avise, ainda mais quando não ocorreu. Fechei os olhos, respirei fundo, que seja breve. Abri os olhos quando estávamos perto de pousar normalmente. Isso é saturno. Experimentar medos. O que o medo faz conosco. No caso, abstraí. Pareceu que eu não estava com  medo. Mas estava. 

E o medo poderia ter me limitado a ponto de fazer com que eu não viajasse na data marcada. Se eu tivesse uns dezessete anos riria daquela história toda de fim de mundo e faria questão de viajar no dia 21 de dezembro de 2012. O que aconteceu comigo? Tenho pensado nisso por esses dias. Mais  senso de responsabilidade, me disse uma amiga. Não sei. 

Saturno também é associado à libertação do que não nos serve. E medos, ao menos os infundados, bem podem esvanecer neste ano. Serem liberados. Uma revoada de medos que desaparecem diante da consciência. 

A seguir, postarei aqui no blog poemas de Mariana Ianelli, Hilda Hilst e Cecília Meireilles que considero saturninos. E também alguns meus. Em homenagem a saturno, o planeta mais belo do sistema solar com seus anéis rutilantes. Difícil acreditar que saturno foi associado a algum malefício. Mas que tal fazer do mal um bem? 


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