Para Miltinho, um poeta que não é virtual
Teve receio que no teto
passasse a buscar as ranhuras
sabia que as orquídeas lhe eram
queridas
atadas em árvores
por fios lilases.
Receio de mergulhar num
mar de bytes e perder - da
vida - azuis, dourados, vermelhos
terra
a misteriosa textura da noite.
Receio de pousar em cima do muro
corvo a bicar faltas alheias
inebriado do que rescende
alheio.
E se transcorresse algo
de muito importante fora da
tela de 14 polegadas
de onde se refletia, sem ser
percebido, o próprio tédio.
Ana Lúcia Franco, 2013
Um comentário:
Mágico!
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