quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mapa de nuvens, nota: 6

Assisti ontem ao filme Cloud Atlas, que ganhou o nome em português de A Viagem, com cenas que mesclam montanhas e nuvens. Histórias se entrelaçam, vidas se influenciam, estamos todos interligados. Subjetividades são pequenas contas de um tecido cósmico. Ou nuvens que se fazem e desmancham num contexto que as abrange.

O filme tem algumas cenas de violência. Poucas. Ficção científica hollywoodiana parece não prescindir de um “quebra quebra”. E entre um tiro e outro, entre uma flechada e outra, exala uma filosofia que não considerei autoajuda, não. E ser for? Nada depreciativo. Percebo a tendência de taxarem o que é autoajuda e o que não é com a finalidade de depreciarem o que se identifica autoajuda, que, a propósito, é um fato mundano. Só por isso, o fenômeno pode ser visto com mais cuidado e benevolência.

O filme tem um mérito: pode fazer nascer alguma reflexão em alguém que foi ao cinema só para comer pipoca ou para assistir a tiros e perseguições. Pode fazer cair alguma ficha. Acender alguma lâmpada. Despertar algo. É um filme que tem lá seus significados.

Ah, e sobre a grande frase do filme, dita pela enigmática “Deusa”, algo mais ou menos assim: “Nossas vidas não nos pertencem. Desde que nascemos até morrermos estamos ligados a outras pessoas. De cada gesto de amor, ou de cada crime, nasce nosso futuro”. Interessante. Ainda que possa não ser tão simples e que o futuro talvez dependa de “n” outros fatores, essa frase pode abrir um canal de reflexão. Mais do que nos dizer o que fazer ou o que somos ou deixamos de ser, o filme tem poesia, com cenas bonitas e bons diálogos. Pode sensibilizar para além dos clichês hollywoodianos que também estão lá.

O filme merece um Oscar, sim, o de melhor maquiagem. Os créditos no final mostram as transformações pelas quais passaram alguns atores que representaram vários personagens diferentes no decorrer do filme. Imaginem a extensão do trabalho dos atores e dos técnicos maquiadores.

É isso.

Voltarei pro Dostoiévsky.

Ah, e hoje a noite assistirei a um peça de teatro cujo roteiro foi inspirado na vida da poetisa Anne Sexton. Talvez comente aqui no blog.

Até mais.

2 comentários:

Ana Tapadas disse...

Olá Aninha!
gostei do relato, até porque ainda não assisti ao filme.

Que bom ter tido uma visitinha sua.


Beijo grande

Ana Lucia Franco disse...

Sempre visito, Ana, só que fico quietinha, sem comentar.

Beijos